terça-feira, 25 de setembro de 2012

2ª Etapa, a mais difícil!!!!

Após uma boa noite de descanso e com as baterias carregadas. Começámos a preparar o que seria a PIOR e a mais DURA etapa de todo o Caminho.

Nesta etapa, fizemos a travessia por Mões, Ribolhos, Bigorne, Penude, Lamego, Santa Marta de Penaguião, Concieiro e finalmente Bertelo.


Cliquem nas imagens para verem com melhor resolução

- Mapa da 2ª Etapa -

O tempo estava mais apropriado para ir para a praia, do que torrar em cima da bicicleta. Estava tanto calor, que infelizmente no horizonte só se via fumo, e até dava  avistar helicópteros na ajuda ao combate de incêndios.

Paisagens magnificas mas infelizmente tudo queimado. Pouco depois de Mões chegámos a uma ribeira que o único meio de passagem era por cima de umas lages, o Beto ainda tentou passar pelo leito, mas não conseguiu.


Ao contrário do outro caminho português, quando existem localidades no meio do percurso, geralmente entra-se e sabe-se onde se está! Mas neste caminho, se estivemos em Ribolho e Penude nem dei conta.

Este caminho tem diversas lacunas, uma delas já mencionei no último paragrafo. E o que se nota mais é na sinalização. Temos de redobrar a atenção, porque senão perde-se. O caminho não está todo mal marcado, mas quem o marcou, nunca deve ter feito um caminho na vida. 

Fico grato pelas poucas pessoas que tentam em melhorar o caminho, toda ajuda é pouca!

Voltando à Etapa, já não sei o que escrever, só sei que subimos muito. Factores que não nos ajudaram em nada,  o calor, os mosquitos, o cheiro insuportável de estrume e das diversas Varas que cruzámos no caminho, típico da região. 

Quando pensávamos que estávamos a chegar, ainda tínhamos uma subida enorme para fazer, mas o pior disto tudo, é que começou a escurecer e não havia luz artificial na estrada, e a minha estava algures guardada no meu alforge. Ao chegar a Conciero já estava tão cansado que só pensava em acabar o dia.

Finalmente chegámos ao Albergue de Bertelo. Tivemos imensa sorte, é que os responsáveis do Albergue estiveram imenso tempo há nossa espera. 


Esta etapa começou em Almargem por volta das 09 horas e chegámos às 21 horas a Bertelo. 



Há nossa espera, estava umas postas de linguado frito, arroz e muito feijão verde, ah sem esquecer da sopa, que também estava muito boa.

Após este manjar dos deuses, tivemos uma visita de uns amigos do meu companheiro. Que aproveitou estar perto de um grande amigo, assim matou saudades!! :)

Para ver as fotos desta viagem - Clique no Aqui

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

1ª Etapa - Caminho Português Interior

Boas, companheiros do pedal. 
Então vamos lá contar, o que se passou nestes últimos dias!

Dica
 Cliquem nas imagens para verem com melhor resolução

- Mapa da 1ª Etapa -

Ansiedade!!!!  Fogo, nem imaginam.... 
Foi o segundo Caminho que organizei, mas este foi diferente, é praticamente novo. Sabia que ia haver imensas falhas no caminho. 

Estávamos ainda com algumas semanas para preparar as etapas. Os Albergues cá em Portugal, tinham de ser marcados com antecedência, e nada podia falhar neste aspecto. A preparação levou algumas semanas antes de seguir viagem em plena autonomia.

07h30 de 02 Setembro 2012, chegada a hora de ir para a Gare do Oriente, apanhar o Comboio. O desejo de partir era imenso, avizinhava-se mais uma epopeia. 

A viagem para Santa Comba Dão foi rápida. Ao sair do comboio, o querer de montar as nossas companheiras de viagem era imensa. Com tanto cuidado ao desmontar e demora, aconteceu o mesmo a montar!

Penso que passado uma hora, já estava tudo pronto para arrancar, com o primeiro destino a Sé de Viseu. A rota estava delineada, seria então nesta 1ª Etapa - Santa Comba Dão até Almargem, pensava eu que fossem 60km e enganei-me, no terreno é que se viu, passaram pouco mais dos 70km.

Ao entrar na Ecopista do Dão, assim conhecida esta ciclovia, tínhamos de percorrer 47,5 km para chegar à terra de Viriato.

Ao percorrer os meus 10km tive de parar para colocar o espigão do selim um pouco mais para cima, quando ao apertar o parafuso da kcnc partiu! 

Fiquei sei lá de que cor, fulo e lixado, em tão poucos km e já havia uma avaria. A minha sorte é que o suporte do meu alforge, é de garra e impedia que o espigão desce-se pelo veio do quadro. O meu companheiro de viagem, tinha uns elásticos, que foram colocados entre a escora e a protecção do suporte e assim evitava que a mesma protecção batesse no pneu. E serviu muito bem para os restantes quilómetros.
 










Situação resolvida, continuamos caminho. Para quem não sabe, esta Ecopista do Dão, é antiga linha férrea que fazia a ligação de Santa Comba Dão a Viseu. Passamos por antigas estações e apeadeiros, alguns aproveitados e transformados em Cafés. Parámos na Estação de Figueiró para abastecer e para assistir um pouco da Vuelta.

Oficialmente, este Caminho começa em Farminhão, uma terra que fica a 12 quilómetros de Viseu, mas as setas ou qualquer sinalização do caminho nem vê-las. E lá seguimos nós pela Ecopista do Dão.

Nesse preciso momento, já não queríamos a Sé, mas sim uma Sportzone para comprar um aperto de espigão, depois sim, rumaríamos à Sé.

Ao chegar, fui à procura onde podia pôr os nossos primeiros Carimbos do Caminho Português Interior de Santiago, e incrível que pareça não consegui na Sé, mas sim num pequeno Café muito simpático, que ao pedir o nosso primeiro Carimbo, foi-me oferecido uma saborosa limonada caseira, o Spínola já não teve a mesma sorte, quando lá fomos depois comer algo, já se tinha acabado.

Ao sair do Café, fiquei mais descanso ao avistar várias Vieiras e setas amarelas. Prosseguimos e naquele momento só pensávamos em acabar o mais depressa possível. Ao sair de Viseu "Cidade", entramos em trilho, um pinhal com o caminho muito rolante. Subidas naquele instante nem vê-las, pareciam que estava reservadas para a etapa seguinte, e estavam mesmo! :S

Passados 20 quilómetros de algum caminho misto, lá encontrámos a primeira de muitos estradões romanos, ao sair deste troço, fomos dar à estrada nacional e lá avistámos a Placa com a inscrição tão desejada - ALMARGEM.


Fiquei descansadíssimo, o fim da etapa estava próximo e naquela altura só faltava mesmo encontrar o Albergue, pensava eu!

Acostumado ao albergues Espanhóis, quando vi o nosso fiquei boquiaberto. Este caminho como é novo, alguns dos albergues ainda não estão prontos, então há as alternativas, neste por exemplo, era o salão de festas e o nosso beliche, foi o palco! O salão de festas era só nosso, assim não nos tínhamos de preocupar se o zé ou a Maria estavam a ressonar.

No que tocou ao jantar, ainda tivemos de ir a pé ao Café do Libório, por indicação do Senhor que nos acolheu na Associação de Almargem - Albergue improvisado. Lá fomos e perguntámos à Senhora Aurora se podia-nos preparar um jantar, a dita Senhora disse que sim, mas ainda ia demorar um pouco, o que para nós era excelente, porque ainda tínhamos de ir tomar banho e mudar de roupa. Dito e feito, à hora combinada descemos e fomos jantar. Na minha opinião, foi o melhor jantar do Caminho todo!

Refeição e atendimento 5 estrelas.


Vejam  na integra como foi esta 1ª Etapa - Cliquem AQUI



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